O custo de vida tem aumentado nos últimos anos e o orçamento das famílias vem sendo pressionado por gastos com alimentação, moradia, transporte, educação e outros itens que fazem parte do dia a dia das pessoas. O percentual de famílias brasileiras com dívidas, em atraso ou não, chegou a 62,7% do total, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o advogado Arthur Ongaro, do escritório Corrêa, Ongaro, Sano Advogados Associados, os credores geralmente têm interesse em negociar dívidas e cada caso é analisado individualmente. “Quando a dívida não tem garantia (como um imóvel ou veículo, por exemplo), o credor fica muito mais aberto à renegociação. Muitas vezes é possível dilatar o prazo para pagamento da dívida (resultando em parcelas menores), além da própria renegociação do saldo devedor, por exemplo. É sempre recomendável que o devedor converse com o credor antes de ter um título protestado”, afirma.
Não espere ficar com o nome “sujo” para renegociar – Quando uma empresa protesta um título, significa que ela registrou em um cartório de protesto que não recebeu o dinheiro que tinha direito e ao protestar um título (como nota promissória, contrato, cheque ou duplicata), a empresa notifica que o pagamento de uma dívida não foi feito – e o devedor fica com o nome “sujo”. O advogado esclarece que o protesto é um ato formal que prova a inadimplência e o descumprimento de uma obrigação gerada em títulos, ou outros documentos de dívida. “Se o título venceu e a empresa credora possui a documentação exigida, é possível fazer o protesto imediatamente”, finaliza.
Proponha um plano de pagamento da dívida – Ao entrar em contato com o credor para renegociar a dívida, procure propor um plano de pagamento. “Dentro das possibilidades de cada um, propor ao credor como pode pagar a dívida (informando número de parcelas e valor que pode comprometer mensalmente) é uma alternativa muitas vezes viável”, aconselha o advogado.
Dicas para negociar suas dívidas:
• Calcule o tamanho da dívida: muitas vezes o devedor acha que não conseguirá resolver sua situação, o que não é verdade. Com planejamento isso é possível, sim, e o primeiro passo é saber a soma total das dívidas;
• Analise quanto pode pagar por mês: sabendo quanto deve, reestruture suas finanças, colocando tudo no papel. Depois disso você saberá exatamente quanto e quando será possível fazer a proposta ao credor. Não se esqueça de calcular despesas com imprevistos (como médico, dentista, remédios, etc);
• Contate a empresa para a qual está devendo: ao contatar a empresa, procure pelo setor responsável por negociações. Esclareça sua situação e proponha um plano de pagamento (parcela e prazo);
• Negocie prazo, mora e juros: se o devedor tem mais de uma dívida é importante saber o valor total devido, isso para avaliar se há uma linha de crédito no mercado que tenha juros mais baixos, pois às vezes vale a pena fazer uma nova dívida (mais barata) e liquidar todo o restante.